Prevenir é Viver
A luta contra o cancro dos intestinos
Fact Checking
Mito ou Verdade? Vitamina D e Cancro dos Intestinos
A vitamina D tem sido alvo de várias discussões quando se fala sobre a prevenção de doenças, incluindo o cancro dos intestinos. Embora muitos acreditem que níveis adequados dessa vitamina possam ajudar a reduzir o risco da doença, outros duvidam.
Neste fact-checking, vamos investigar o que dizem os especialistas sobre essa possível relação.
“Falta de Vitamina D aumenta o risco de cancro dos intestinos” é o título do post em questão, publicado online no dia 3 de julho de 2018 na rede social X pela página @LigaAoFilipe. Vamos analisar a veracidade dessa alegação com base em estudos científicos.
O estudo da Fundação Champalimaud revela que a vitamina D pode alterar o microbioma intestinal dos ratos, estimulando o crescimento de uma espécie específica de bactéria, a Bacteroides fragilis. Esta bactéria melhora a resposta imunológica ao cancro, aumentando a resistência ao crescimento de tumores e a eficácia da imunoterapia. Apesar de a Bacteroides fragilis também estar presente em humanos, ainda são necessários mais estudos para confirmar a relevância deste mecanismo para a imunidade humana ao cancro. A pesquisa sugere novas possibilidades terapêuticas, mas é prematuro tirar conclusões definitivas sobre humanos.
Um estudo da Universidade de Harvard, publicado no British Journal of Cancer, revelou que níveis mais altos de vitamina D estão associados a uma redução significativa na mortalidade de pacientes com câncer colorretal. Indivíduos com altos níveis de 25-(OH)-D, a forma inativa da vitamina D, apresentaram metade da taxa de mortalidade e uma redução de 40% na mortalidade geral relacionada ao câncer, em comparação aos com níveis mais baixos.
Apesar disso, os pesquisadores alertam que ainda não é possível confirmar se a vitamina D é diretamente responsável pelos benefícios observados ou se outros fatores, como exposição ao sol ou estilo de vida, influenciam os resultados. Assim, a suplementação deve ser feita com precaução e sob orientação médica.
Um artigo da National Geographic diz que a vitamina D, obtida pela dieta (peixes gordos, gema de ovo) ou pela exposição ao sol, é essencial para o metabolismo, a saúde óssea, muscular, nervosa e imunológica. Pesquisas recentes em ratos sugerem que a vitamina pode ter um papel protetor contra o cancro, mas isso exige mais estudos cuidadosos em humanos. O imunologista Caetano Reis e Sousa explica que a vitamina D afeta centenas de genes, tornando seu impacto complexo.
Dados mostram que pacientes com níveis mais altos de vitamina D têm melhores chances de sobreviver a vários tipos de cancro e respondem melhor à imunoterapia. No entanto, especialistas destacam que os resultados observados em ratos não podem ser aplicados diretamente a humanos.
A alegação de que “a falta de vitamina D aumenta o risco de cancro dos intestinos” é parcialmente verdadeira, mas não pode ser considerada completamente precisa.
Existem evidências de que níveis adequados de vitamina D podem trazer benefícios para a saúde imunológica e a resposta ao cancro, como demonstrado em estudos com ratos e em análises observacionais em humanos. Contudo, não há provas conclusivas de que a deficiência de vitamina D seja diretamente responsável por um aumento no risco de cancro dos intestinos.
Por conseguinte, alegações categóricas sobre a relação entre vitamina D e cancro devem ser vistas com cautela, sendo necessários mais estudos para validação científica rigorosa.